Originária da língua árabe, a palavra café significa “vigor”, “força”. Em conformidade com a etimologia da palavra, a atividade do café comunitário do Santa Maria, realizado uma vez ao mês por catadores e catadoras de mangaba, mantém mais viva do que nunca a luta em defesa do acesso e preservação dos territórios de vida. Guiados pela fé e pelo debate, esses trabalhadores buscam inspirações para fortalecer e manter viva a sua comunidade.
Foi por meio das pressões, ameaças e violências que surgiu a ideia de se criar um espaço de diálogo e fortalecimento para se vencer o desanimo, surgindo assim o café comunitário, como pontua Uilssom, presidente da Associação dos Catadores e Catadoras de Mangaba Padre Luiz Lamper: “[...] é claro que tem os outros contatos no dia a dia, mas desta forma, com esse tema do café comunitário e partilhado, a ideia é a convivência fraterna com os catadores e catadoras de mangaba, se abrindo também para os visitantes e convidados”.
O café comunitário mantém aquecida a memória, resgatando a história e também “a importância desse povo, desses senhores e senhoras que tem contribuído com essa terra”, pontua Uilssom. Para sentir essa energia da terra, os encontros são realizados em diferentes áreas de mangaba, sendo pensado e planejado com todo carinho pelos catadores e catadoras: “quando está próximo deste encontro, se discute como vai ser a dinâmica e a programação e assim se faz”, revela Uilssom. Assim, por meio das lutas e reflexões sobre “o que nós queremos”, os catadores e catadoras de mangaba do Santa Maria vem encontrando entusiasmo para manter viva a sua história, a sua cultura, a sua luta e sobretudo o seu território.