Você parou para pensar que os tipos de violência que mais estamos acostumados a perceber é o crime, assassinato, agressão, entre outras violências físicas? Foi trazendo essa reflexão, que o Grupo de Trabalho (GT) do projeto Observatório Social dos Royalties, em sua reunião mensal, debateu a questão da violência e a segurança pública, no dia 12 de setembro, no povoado Baixa Grande, em Pirambu.
De maneira didática, a roda de conversa se desenvolveu de forma dialógica e reflexiva. Com apresentação de informações e vídeos que tentam responder e ampliar a pergunta inicial do texto, o GT debateu um tema que é relevante para as comunidades e que, em muitos casos, é tratado de forma banal, inclusive pelos governantes e pela mídia.
Nesse sentido, o GT não se resumiu somente a questão da violência, mas conversou também sobre as questões da educação e de outros direitos sociais no Brasil, diretamente relacionados aos casos violência no país. Além disso, foi conversado que a política de encarceramento dos jovens, em sua maioria negros, como medida utilizada pelo governo para solucionar o problema, só amplia a exclusão, pois, conforme os dados apresentados, muitos destes presos não tiveram oportunidade de estudar, trabalhar e ter acesso a outros direitos.
Segundo Silvânia dos Santos, do povoado Aningas, o encontro foi muito proveitoso. “O debate sobre a juventude e como ela está hoje foi muito importante. A cada dia a situação está mais difícil, mas temos que nos esforçar cada dia mais. A participação das pessoas na reunião também foi bem interessante”, afirma.
Para o jovem do povoado Baixa Grande, Gilmar dos Santos, a conversa o ajudou a ter outra visão do problema da violência. “As nossas conversas do GT estão cada vez mais proveitosas. Até hoje eu achava que a segurança de forma relativa poderia ajudar mais, mas hoje não. A partir de hoje, volto mais para o lado da educação”, reflete.
Com a dinâmica de realizar os encontros do GT nos povoados, os participantes podem além de interagir com os comunitários, conhecer a realidade de cada localidade. Roosevelt do Nascimento, morador do povoado Marimbondo, próxima comunidade que sediará a reunião mensal, não vê a hora de se encontrar com a população de seu povoado. “Todos os temas que passam na reunião são sempre bons. Espero que chegue o dia de realizar a reunião em Marimbondo, para que os jovens do meu povoado fiquem sabendo destes assuntos”.